terça-feira, 27 de abril de 2010

Cinema, Belle Toujours

Apresentação do filme Belle Toujours, no Teatro da UFSC, com debate da Dra. Maria do Rosário Lupi Bello, professora de Estudos Literários e Cinema na UAb, Portugal

Filme integra a mostra de cinema Grandes Diretores – Manoel de Oliveira.

Sessão Excepcional no dia 30 de abril, sexta-feira, às 12 horas no Teatro da UFSC. Gratuito e aberto à comunidade.

Acontece nesta sexta-feira, dia 30/04, no Teatro da UFSC, a sessão excepcional do filme "Belle Toujours" (2006) que integra a mostra "Grandes Diretores - Manoel de Oliveira", premiado diretor português, homenageado no Festival de Cinema de Cannes, em 2008.

A professora Dra. Maria do Rosário Lupi Bello, da Universidade Aberta, de Portugal, em viagem ao Brasil, será a palestrante/debatedora desse filme na UFSC.

A mostra na universidade é uma atividade de caráter didático-cultural, realizada pelo Departamento Artístico Cultural da UFSC. Está iniciando nesta semana (a primeira sessão ocorreu na última terça-feira, 27/04) e vai até 30 de novembro deste ano, em todas as terças-feiras às 12 horas, seguida ou antecedida de eventuais debates. As datas das sessões serão interrompidas para o recesso escolar, IV FITA, 14º FAM e feriados. A mostra tem entrada gratuita e é aberta à comunidade.

Ao todo, além dos 3 curtas-metragens da sessão de abertura, serão apresentados vinte e um longas-metragens, exibidos em DVD, utilizando projetor de alta resolução e uma tela apropriada para projeção, equipamentos especialmente instalados para esse fim no teatro da universidade. Os filmes dessa mostra fazem parte da coleção, contendo os DVDs e um livro, editada pela Lusomundo Audiovisuais.

Veja na página do DAC (www.dac.ufsc.br) o link onde estão publicados os nomes e as sinopses de todos os filmes da mostra.

Para algumas sessões, já estão agendados os palestrantes/debatedores como a Dra. Maria do Rosário Lupi Bello, professora de Estudos Literários e Cinema, na UAb; Dra. Maria Cecília de Miranda N. Coelho, professora da FALE/UFMG; Dra. Cristiane Pimentel Neder, com mestrado e doutorado pela USP, professora de Pós Graduação em Cultura e Produção Audiovisual do SENAC-SC; Dra. Celia Regina Cavalheiro, professora de Filosofia do SENAC e pesquisadora em Cinema, e os estudiosos e professores locais Lena Bastos, cineasta e doutoranda; Dr. Jair Tadeu da Fonseca, professor de Literatura e de Cinema, no CCE/UFSC e Dr. Valmir Francisco Muraro, professsor de História da UFSC.

Veja, na revista eletrônica Trópico (http://pphp.uol.com.br/tropico), a entrevista que a professora Celia Regina Cavalheiro fez com o cineasta Manoel de Oliveira, na cidade do Porto, em outubro passado.

Outros profissionais ou estudiosos do cinema poderão ser incluídos como debatedores na mostra, os interessados devem entrar em contato com o DAC (dac@dac.ufsc.br) para mais informações e agendamento.


Sobre o longa Belle Toujours (2006)

Manoel de Oliveira presta uma curiosa e inesperada homenagem a Luis Buñuel e Jean-Claude Carrière retomando suas estranhas personagens do filme Belle de Jour. Estas revivem, trinta e oito anos depois, na estranheza de um segredo que só ficara na posse de Husson e cujo conhecimento se tornara crucial para Séverine: o que ele dela dissera ao marido quando este estava mudo e paralítico por causa de um tiro que um amante dela lhe dela.

Duração: 70 min, Com: Michel Piccoli, Bulle Ogier, Ricardo Trêpa, Festival de Veneza 2007 – Competição Oficial, European Film Awards - Nomeação Melhor Ator Michel Piccoli

Sobre Maria do Rosário Lupi Bello

Professora Auxiliar da Universidade Aberta, Portugal

Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Variante de Inglês/Alemão) pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 1985, fez o Mestrado em Estudos Anglo-Portugueses na mesma Universidade, em 1991.

Doutorou-se em Estudos Portugueses, especialidade de Teoria da Literatura, com a tese "Da narrativa literária à narrativa fílmica. Amor de Perdição: um exemplo de transcodificação intersemiótica", em setembro de 2002, que foi publicada pela Fundação Calouste Gulbenkian/FCT em Junho de 2005 (1ª edição) e, como 2ª edição, em dezembro de 2008. Exerce desde 1989 as funções de docente na Universidade Aberta, onde tem lecionado Estudos Literários, Narrativa e Arte, História do Cinema Português e Teoria e Crítica Cinematográficas, tendo coordenado o projeto de Mestrado em Estudos de Cinema. Foi crítica de cinema entre 1991 e 1996 no jornal "A Capital". Como pesquisadora foi bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian, é membro do CETAPS (Centre for English, Translation and Anglo-Portuguese Studies) e é sócia da ICLA (International Comparative Literature Association), bem como da sua congênere portuguesa, APLC, e ainda da APEAA (Associação Portuguesa de Estudos Anglo-Americanos). O seu campo preferencial de pesquisa é o da Narratologia, na perspectiva da Literatura Comparada, particularmente quanto às relações entre a Literatura e o Cinema, e desenvolveu também alguns trabalhos na área das relações Anglo-Portuguesas e entre a Literatura e a História, tendo participado em diversos colóquios e publicado também em revistas das referidas especialidades.

Mais sobre a professora em:

http://www.univ-ab.pt/departamentos/DH/detaildoc.php?doc=53


Sobre Manoel de Oliveira, por João Lopes*

Nascido em 10 de Dezembro de 1908, Manoel de Oliveira é um caso único da história do cinema português e mundial. Pela longevidade, como é óbvio. Feitas as contas, decorreram 77 anos desde que apresentou o seu primeiro filme, Douro, Faina Fluvial, um caso admirável de afirmação criativa e atenção às convulsões criativas do seu tempo. Mas a singularidade de Oliveira é também indissociável da dimensão obsessiva de seu trabalho. Este é um autor que pressentiu as contaminações entre documentário e ficção, antecipou o fascínio de muito cinema moderno pela escrita teatral, enfim, discutiu (e discute) as relações ambíguas do visível e do invisível, dos corpos e das almas. Sendo tudo isso, Oliveira nunca deixou de ser um cineasta de contundente subjetividade, com o seu labor, paciente e obstinado, a refletir uma via eminentemente pessoal de descoberta autobiográfica. Veja-se o emblemático Porto da minha infância (2001) e observe-se o cruzamento mágico da memória documental, da sedução teatral, da história familiar e, por fim, do fascínio primordial do cinematógrafo.

No ponto de fuga temático e simbólico de tudo isso, deparamos com uma entidade aglutinadora, também ela obsessiva. Ou seja: Portugal. De Non ou a Vã Glória de Mandar a Cristóvão Colombo – O Enigma, passando por essa prodigiosa tragédia histórica que é O Quinto Império – Ontem como Hoje, Oliveira filma o cíclico retorno de uma interrogação dolorida e ansiosa: afinal, de que falamos quando falamos de português?

Percorrer os seus filmes, inventariando fatos, temas, imagens e significações, é também redescobrir um pouco da história coletiva que, entre certezas e dúvidas, nos fez passar das convulsões do século XXI. Oliveira é, por tudo isso, um criador que ajuda a repensar o lugar português. Como num espelho.

(*) Do livro Manoel de Oliveira 100 anos, parte integrante da edição DVD comemorativa do centenário de Manoel de Oliveira.


A mostra no Teatro da UFSC é organizada por Zeca Nunes Pires e Camila Casseano Damazio, numa realização do Departamento Artístico Cultural, da Secretaria de Cultura e Arte, da Universidade Federal de Santa Catarina, com o apoio da Pró-Reitoria de Infraestrutura da UFSC. Todos os filmes serão exibidos em DVD.

SERVIÇO

O QUÊ: Apresentação do filme "Belle Toujours", da Mostra de cinema Grandes Diretores - Manoel de Oliveira, com debate da professora Maria do Rosário Lupi Bello, de Portugal

QUANDO: Dia 30 de abril de 2010, sexta-feira, às 12 horas. A mostra acontece até 30 de novembro de 2010, em todas as terças-feiras às 12 horas, seguida ou antecedida de eventuais debates. As datas das sessões serão interrompidas para o recesso escolar, IV FITA, 14º FAM e feriados.

ONDE: Teatro da UFSC, ao lado da Igrejinha, Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis-SC

QUANTO: Gratuito e aberto à comunidade

CONTATO: Departamento Artístico Cultural - DAC (48) 3721-9348 e 3721-9447 ou www.dac.ufsc.br e dac@dac.ufsc.br

Fonte: [CW] DAC: SECARTE: UFSC, com material da coleção de DVDs e dos organizadores da mostra.