quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Teatro com atriz indicada ao Prêmio Shell

Foto: Atriz Juliana Galdino com a máscara do seu personagem, um macaco


Teatro da UFSC recebe espetáculo teatral “Comunicação a uma Academia”, com Juliana Galdino, indicada ao Prêmio Shell
Dias 1,2 e 3 de outubro. Às 21 horas na sexta e no sábado, e às 20 horas no domingo.
Ingressos a R$ 5,00 (estudante) e R$ 10,00 (inteira), na bilheteria do Teatro, uma hora antes do espetáculo do dia e também na sexta-feira das 14 às 18 horas na Secretaria do DAC / Teatro da UFSC.



Teatro da UFSC recebe o espetáculo teatral “Comunicação a uma Academia”, com Juliana Galdino, indicada ao Prêmio Shell. A apresentação em Florianópolis será nos dias 1,2 e 3 de outubro. Às 21 horas, na sexta e no sábado, e às 20 horas, no domingo. Os Ingressos a R$ 5,00 (estudante) e R$ 10,00 (inteira), podem ser comprados na bilheteria do Teatro, uma hora antes do espetáculo do dia e também na sexta-feira das 14 às 18 horas na secretaria do DAC / Teatro da UFSC.

A peça estará em Florianópolis somente neste fim de semana. O espetáculo foi contemplado pelo Programa BR de Cultura/Circulação e realiza três apresentações em cada cinco capitais do País neste ano, a preço popular.


Sobre o Espetáculo

O texto Comunicação a uma Academia, de Franz Kafka, ganha montagem inédita da Companhia Club Noir sob a direção de Roberto Alvim, com Juliana Galdino e Gê Viana no elenco.

Em 1912, o escritor tcheco Franz Kafka (1883-1924) criou a narrativa da metamorfose - súbita e inexplicável - de um caixeiro-viajante em um inseto no livro A Metamorfose. Pouco tempo depois, em 1917, outra obra expande a monstruosidade na qual havia mergulhado. Trilhando o caminho inverso, construiu a grotesca fábula de um macaco que se torna humano.

Para o diretor Roberto Alvim, o encontro com o texto de Kafka e as possibilidades para sua encenação foram determinantes para a montagem.

Em Comunicação a uma Academia, um macaco, interpretado por Juliana Galdino, relata à plateia como se tornou humano. Vigiada por um guarda armado (Gê Viana), a criatura fala sobre o processo de transformação por meio do qual aprendeu a se comportar como um homem. O macaco relata sua história aos excelentíssimos senhores membros da Academia. Enfatiza que lutou para aprender a se comportar como um de nós: aprendeu a apertar mãos, a fumar cachimbo (costume que caracteriza civilização), a beber aguardente, a falar (conquista suprema) e, por fim, a pensar como um de nós.

O macaco reflete e compara sua condição animalesca anterior com a atual humanidade conquistada - hesita, se contradiz, torna-se agressivo, sarcástico, niilista, arrogante, frágil, perplexo.

Tornou-se outra coisa - foi forçado a fazê-lo, morreria se permanecesse ele mesmo, precisava tornar-se como os que o espreitavam do lado de fora da jaula. Agora não está mais preso - mas percebe que tampouco está livre. Afinal, tornou-se um homem, e aos homens (ele descobre) não cabe a liberdade.

Comunicação a uma Academia desenha o processo pelo qual alguém se torna "humano". Isto é, o processo que leva um indivíduo (ou mesmo todo um povo) a abraçar voluntariamente uma idéia hegemônica relativa ao que é ser um ser humano, sob o risco de exclusão da comunidade
global. Metáfora terrível de toda forma de condicionamento, colonialismo, adestramento e aculturação, o texto de Franz Kafka suscita a reflexão a respeito de questões urgentes e graves da era globalizada.


Sobre a montagem

A encenação é minimalista. O palco, praticamente vazio de objetos, está repleto das palavras da "criatura". "Conforme a pesquisa da companhia, o trabalho será pautado na imobilidade dos atores, em movimentos mínimos (mas significativos), numa luz fria e crepuscular e no emprego musical da fala, alternando ritmos, sensações e sobreposições", conta Alvim.

Alvim, que assina também cenário, iluminação, figurinos e trilha sonora, criou um ambiente frio, asséptico, claustrofóbico. "As paredes do cenário são forradas por placas de mármore verde-musgo, com uma grande cabeça de leão empalhada no alto. Nesse lugar, separado da plateia por uma corda de isolamento, o macaco fala, e sua palestra ocorre sob a tensão constante oriunda da presença vigilante de um guarda armado com um rifle", explica.

A encenação de Comunicação a uma Academia destoa da proposta inicial da companhia Club Noir, que era produzir exclusivamente peças de autores contemporâneos. "Isso se deu devido ao encontro do grupo com a obra e as questões nela presentes. A síntese altamente dramática
elaborada por Kafka tornou o texto incontornável para nós", explica o diretor. "Sua pertinência e atemporalidade tornam seu diálogo com o público de hoje tão potente quanto aquele estabelecido pelas melhores obras produzidas na contemporaneidade." completa.

Sobre a Cia Club Noir

A companhia Club Noir foi criada em 2006 pela atriz Juliana Galdino e pelo diretor e dramaturgo Roberto Alvim com o objetivo de encenar autores contemporâneos em obras que dialoguem com a atualidade. O espetáculo Anátema, de Roberto Alvim (apresentado em São Paulo, Rio de
Janeiro e Curitiba ao longo do ano de 2007), marcou a fundação do grupo. Homem sem Rumo, do dramaturgo norueguês Arne Lygre, encenado em São Paulo em 2007, foi o segundo espetáculo da companhia.

O espetáculo rendeu as indicações aos Prêmios Shell de Melhor Direção e Melhor Iluminação (ambos para Roberto Alvim), e ao Prêmio Bravo de Melhor Espetáculo Teatral do ano. A estréia de O Quarto, de Harold Pinter, em novembro de 2008, marcou a inauguração da sede da
companhia, construída com o patrocínio do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. O espaço Club Noir (rua Augusta, 331 - Consolação) abriga as encenações do grupo, além de oficinas permanentes de atuação e dramaturgia, permitindo a continuidade e o aprofundamento de sua pesquisa.


Sobre Roberto Alvim

É autor e diretor com 16 peças encenadas no Rio de Janeiro, São Paulo, França (Paris), Argentina (Córdoba) e Suíça (Lausanne). Sua obra já foi traduzida para o italiano, francês, espanhol e grego, e há publicações teóricas sobre o seu trabalho no Brasil, Argentina, Espanha e França. Foi Professor de História do Teatro e Literatura Dramática no Curso Profissionalizante da CAL (RJ) de 2000 a 2004; também lecionou Dramaturgia na Universidade de Córdoba (Argentina) em 2005, além de ministrar Oficinas para novos dramaturgos em diversos Estados do Brasil (Acre, Ceará, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro, a convite de Festivais e do Ministério da Cultura - Funarte). De 2001 a 2004, exerceu a função de Diretor Artístico da Sala Paraíso - Teatro Carlos Gomes (RJ), onde criou o projeto Nova Dramaturgia Brasileira, que ajudou a consolidar uma nova geração de dramaturgos na cidade do Rio de Janeiro. Em 2005 exerceu a função de Diretor Artístico do Teatro Ziembinski (RJ), onde coordenou o Centro de

Referência da Dramaturgia Contemporânea, com o patrocínio da Prefeitura do Rio.

Em janeiro de 2006, mudou-se para a cidade de São Paulo, onde fundou com a atriz Juliana Galdino a companhia CLUB NOIR, dedicada à montagem de dramaturgia contemporânea. Em 2008, lecionou dramaturgia na ELT - Escola Livre de Teatro de Santo André (SP). Foi o primeiro dramaturgo brasileiro publicado na mais importante coleção de dramaturgia contemporânea européia, a Les Solitaires Intempestifs, em 2005, com sua peça Às Vezes É Preciso Usar Um Punhal Para Atravessar O Caminho, também traduzida para o espanhol e publicada na França, Espanha e Argentina. Desde março de 2006, leciona Dramaturgia no Estúdio De Criação Dramatúrgica, em Pinheiros, São Paulo.


Sobre Juliana Galdino

Principais espetáculos: Fragmentos Troianos, de Eurípedes. Direção de Antunes Filho (2000). Prêt-à-Pôrter 3, coordenação de Antunes Filho (2000). Medéia, de Eurípedes. Direção de Antunes Filho (2001). Medéia 2, de Eurípedes. Direção de Antunes Filho (2002) Prêmio Shell 2002 de Melhor Atriz. Prêt-à-Pôrter 4, Coordenação de Antunes Filho (2002). Prêt-à-Pôrter 5, Coordenação de Antunes Filho (2003). O Canto De Gregório, de Paulo Santoro. Direção de Antunes Filho (2004).

Prêt-à-Pôrter 6. Coordenação de Antunes (2004). Antígona, de Sófocles. Direção de Antunes Filho (2005). Foi Carmen Miranda, Uma Homenagem À Kazuo Ohno. Direção de Antunes Filho (2005). Prêt-à-Pôrter 7. Coordenação de Antunes Filho (2005). Anátema, de Roberto Alvim.

Direção de Roberto Alvim (2007). Homem Sem Rumo, de Arne Lygre. Direção de Roberto Alvim (2007). O Quarto, de Harold Pinter. Direção de Roberto Alvim (2008).

Atuou como Professora de interpretação, corpo, voz e retórica no curso de Introdução ao Método de Ator do C.P.T. (Centro de Pesquisa Teatral do Sesc, coordenado pelo diretor Antunes Filho), de 2001 a 2006. Em 2006, se desligou do CPT para criar, ao lado de Roberto Alvim, a
companhia Club Noir. Ainda em 2006, exerceu a função de professora de interpretação na USP/ECA. Desde 2007 é Professora de Interpretação em diversos cursos livres na cidade de São Paulo. Atuou nos longas Nina, de Heitor Dália. Maria Angélica, de Francelino França e Família vende tudo, de Alain Fresnot. Ganhou o Prêmio Shell 2002 por sua atuação em Medeia 2.

Sobre Gê Viana

Começou a carreira como diretor, cenógrafo e figurinista em espetáculos produzidos na cidade de Vitória/ES. Recebeu os Prêmios no XIII Festival de Teatro Veiga de Almeida (2006) e Festival Nacional de Teatro em Guaçui (ES/2004). Em 2006 ingressa no CPT de Antunes Filho
cursando Introdução ao Método do Ator. É convidado a trabalhar como ator na segunda montagem da Cia. Club Noir, no espetáculo Homem Sem Rumo. Em 2008 compõe o elenco de O Quarto, de Harold Pinter, com a Cia Club Noir.

SERVIÇO:

O QUÊ: Espetáculo teatral “Comunicação a uma Academia”, com Juliana Galdino, indicada ao Prêmio Shell
QUANDO: Dias 1,2 e 3 de outubro de 2010. Às 21 horas na sexta e no sábado, e às 20 horas no domingo.
ONDE: Teatro da UFSC, ao lado da Igrejinha. Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis-SC
QUANTO: Ingressos a R$ 5,00 (estudante) e R$ 10,00 (inteira), na bilheteria do Teatro, uma hora antes do espetáculo do dia e também na sexta-feira das 14 às 18 horas na Secretaria do DAC / Teatro da UFSC.
CONTATO: DAC / Teatro da UFSC (48) 3721-9348 e 3721-9447 – Visite www.dac.ufsc.br

Fonte: [CW] DAC . SECARTE . UFSC, com texto e foto da produtora do espetáculo.