quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ATO PERFOMÁTICO: POPOL VUH

Foto: Espetáculo Popol Vuh (Foto: Nilson Só)

Apresenta-se neste fim de semana a peça Ato Performático Popol Vuh, espetáculo que integra as comemorações dos 30 anos do Teatro da UFSC

Espetáculo que se apresenta no lugar de Pinóquio, que por questões técnicas do grupo, não estará na casa este mês.

Popol Vuh dias 03 e 04/outubro sábado e domingo, às 20 horas. Gratuito e aberto à comunidade. Ingressos limitados ao espaço alternativo. Para maiores de 12 anos.

Volta ao Teatro da UFSC, na área externa, nos dias 03 e 04 de outubro, sábado e domingo, às 20 horas, o Ato Performático Popol Vuh. A peça teve sua estreia há poucos dias no mesmo local. Essa apresentação substitui Pinóquio inicialmetne agendada para a data. Baseado no poema maia-quiché da Guatemala “Popol Vuh” registrado na língua quiché, no século XVI. Essa montagem é resultante do projeto de Pesquisa e Extensão “Construindo Histórias no Teatro”, que acontece no Departamento Artístico Cultural da UFSC, com a participação de jovens universitários e da comunidade catarinense. Em seleção nacional, o projeto “Popol Vuh: uma montagem cênica” foi contemplado pelo Programa Proext Cultura 2008, e recebeu apoio do Ministério da Cultura e do Ministério da Educação. O trabalho tem direção de Maris Viana.

As apresentações, dirigidas ao público acima dos 12 anos, acontecem na rua, no pátio entre o Teatro da UFSC e a Casa do Divino. Os ingressos são gratuitos, e podem ser retirados com antecedência no DAC – Teatro da UFSC, dias 01 e 02, das 14 às 18 horas.

Sobre o Popol Vuh

A iniciativa da montagem de Popol Vuh partiu do projeto de Pesquisa e Extensão “Construindo Histórias no Teatro”, que desde 2005 investiga no Teatro da UFSC diferentes formas de configuração da cena contemporânea, focalizando o seu processo de produção textual. A montagem de Ato Performático: Popol Vuh foi realizada com a participação de estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina, jovens da comunidade catarinense e equipe técnica. A trajetória da montagem partiu da investigação do poema maia-quiché da Guatemala “Popol Vuh” registrado na língua quiché, no século XVI.

A obra principal utilizada como referência de pesquisa foi a edição do poema publicado no Brasil em quiché e em português, uma publicação bilíngüe de 2007, organizada por Gordon Brotherston e Sérgio Medeiros.

Considerado um clássico americano indígena, a narrativa se abre para diferentes possibilidades de leitura. Neste breve recorte, a obra será focalizada pelo aspecto das origens das quatro criações, que parte da vontade dos deuses de serem adorados, tendo início a concepção de toda a Terra e dos animais. Porém, esses animais não puderam louvá-los, por não serem capazes de falar, por isso são condenados a devorar uns aos outros para sobreviverem. Os deuses investem, então, na criação do primeiro homem, feito a partir do barro, o qual é incapaz de procriar e dizer os divinos nomes de seus criadores, sendo assim, destruído. O segundo homem criado, feito de madeira, passa a habitar a terra. Apesar de falar e se procriar, esse homem é incapaz de lembrar os nomes de seus deuses, pois não possui memória. Desta forma, é invocado um dilúvio que os elimina. Os deuses buscam o conselho de seus sábios anciões para criar um novo humano, que é feito à base dos nutrientes do milho misturado a outros ingredientes. Com tamanha inteligência e beleza, o recém-nascido homem de milho causa espanto aos seus criadores, que temem serem por eles igualados. Desta maneira, os deuses condenam sua bela cria a viver na terra com uma visão limitada que só percebe a matéria bruta ao seu redor.

Do diálogo com a Obra Popol Vuh, o O’Gia Grupo de Teatro apresenta o Ato Performático: Popol Vuh. Os micros acontecimentos apresentados se configuram a partir da investigação cênica realizada pelo grupo e apontam para a tentativa de mapear elementos da obra inspirados pela origem das criações.

Num primeiro contato, o grupo vislumbra um Popol Vuh aéreo, porém, ao se aproximar mais da obra, as imagens cênicas vão se configurando em direção ao solo.

Desse encontro com o poema maia-quiché, o O’Gia Grupo de Teatro busca sensibilizar o interlocutor através de cores, cheiros, sons e imagens para o que pode se fazer presente deste acontecimento.

Construindo Histórias no Teatro

O projeto de Pesquisa e Extensão Construindo Histórias no Teatro acontece com a participação de jovens universitários e jovens da comunidade catarinense, e vem, desde 2005, experimentando diferentes formas de produções cênicas, como leituras performáticas, intervenções em espaços alternativos e peças de teatro. Um dos focos principais de pesquisa do projeto é a investigação do processo de produção da narrativa cênica e suas implicações estéticas. Assim, o projeto possibilita que o jovem, além da pesquisa teórica, também participe da pesquisa prática que é a montagem e produção da cena contemporânea, que é apresentada ao público catarinense. As produções cênicas do grupo são submetidas à apreciação do público acadêmico e ao público catarinense, possibilitando o intercâmbio artístico e cultural entre a Universidade e a comunidade.

O grupo de jovens já investigou e realizou a montagem cênica de textos de Samuel Becket, Alan Poe, Jean Paul Sartre, Manuel Bandeira e outros. Em 2007, o grupo apresentou a peça teatral “O santo e a porca”, de Ariano Suassuna, que resultou na formação do Grupo O´Gia de Teatro. Em 2008, Maris Viana foi convidada para dirigir o grupo de alunos formandos em teatro, na categoria de atores e atrizes, da Escola Técnica de Artes de Alagoas. O trabalho resultou na montagem cênica de Pusik, uma performance que partiu da investigação da Obra Popol Vuh, poema maia registrado em meados do século XVI pelos maias-quichés, povos nativos da América Central. O poema já foi traduzido em diferentes línguas e é popularmente conhecido como o “Livro Sagrado” dos maias e a bíblia das américas. O texto se remete à gênese do homem das Américas, feito de milho.

Coordenado por Maris Viana, mestre e doutoranda em Literatura na UFSC, o projeto “Construindo Histórias no Teatro” é realizado no Departamento Artístico Cultural, da Secretaria de Cultura e Arte, da Universidade Federal de Santa Catarina. No início de cada ano são abertas novas vagas para os estudantes da UFSC e jovens da comunidade, que se interessam em participar do processo de pesquisa e produção do espetáculo cênico. O projeto visa à inclusão do jovem no movimento artístico e cultural de Santa Catarina, contribuindo para a formação do público catarinense.

SERVIÇO:

O QUÊ: Apresentação do espetáculo “Popol Vuh: uma montagem cênica”, baseado no poema maia-quiché da Guatemala “Popol Vuh”, registrado na língua quiché, no século XVI.
QUANDO: Dias 03 e 04 de outubro de 2009, sábado e domingo, às 20 horas
ONDE: Teatro da UFSC: espetáculo de rua, entre o Teatro e a Casa do Divino. Teatro da UFSC, Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis.
QUANTO: Gratuito e aberto à comunidade. Recomendado para maiores de 12 anos.
CONTATO: DAC – Teatro da UFSC (48) 3721-9348 e 3721-9447

Fonte: Sendy Cristina da Luz, Acadêmica de Jornalismo - Departamento Artístico Cultural - DAC: SECARTE: UFSC, com material institucional e fornecido pelos grupos.