quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Exposição Gravuras Grupo de Florianópolis

Foto: Gravura de Diego Rossi

Grupo de Gravura Cidade de Florianópolis realiza exposição "Symbiosis" na UFSC

Abertura, dia 15/09, terça-feira, às 19 horas. Gratuito e aberto à comunidade.


Abre na terça-feira, dia 15/09, às 19 horas, no Hall da Reitoria da UFSC, a exposição “Symbiosis” com trabalhos de 15 artistas que integram o Grupo de Gravura Cidade de Florianópolis. A exposição poderá ser vista até 6 de outubro, de segunda a sexta-feira, das 8 às 20 horas. Gratuito e aberto à comunidade.

Na exposição, serão apresentadas 30 gravuras, duas de cada artista, com dimensões variadas, nas técnicas de xilogravura, litografia e gravura em metal, trabalhos que foram produzidos em 2008 e 2009.

O grupo de gravura, criado há cerca um ano, se reúne três vezes por semana, atualmente num ateliê particular, que chamam de A Casa, onde convivem com todos os contratempos e a inesperada saída do Centro Integrado de Cultura – CIC, em Florianópolis. Nesse local da Fundação Catarinense de Cultura, o grupo, sob a orientação técnica de Carlos Roberto Nascimento de Oliveira (Bebeto), transformava sonhos em imagens, no dizer do próprio grupo.

O grupo reúne artistas que trabalham com a arte da gravura há mais de 30 anos com outros gravadores iniciantes, que há apenas pouco mais de um ano se iniciaram nessa arte. No dizer de Jayro Schmidt, artista plástico, professor de pintura e de história da arte nas Oficinas de Arte do CIC, o Grupo de Gravura “reúne gravadores, desde os mais experientes, que aliam excelência técnica com linguagem pessoal, como os demais gravadores, que gradualmente descobrem os segredos dos materiais e dos instrumentos, as técnicas propriamente ditas, o que exige a espontânea relação de intuição e intelecto”. A trajetória de alguns integrantes desse grupo e a atuação nas oficinas de gravura do CIC denota uma experiência, em termos de coletividade, incomum no cenário artístico nacional, destaca o professor.

Os integrantes do grupo, que fazem parte desta mostra, são: Antônio Silva, Bebeto, Chico Marinho, Diego Rossi, Eduardo Beltrame, Elaine Maritsa, Elenice Berbigie, Gil, Helena Werner, Inácio José, Ivan de Sá, Julia Iguti, Ramon Rodrigues, Terezinha Dias, Yanina.

Mesmo com todos os contratempos, o grupo conseguiu manter a qualidade das gravuras, mantendo sempre a perspectiva de um breve retorno às oficinas do CIC, onde, segundo o grupo, existem mais condições de trabalho, tanto pelos equipamentos, como pelo espaço que proporciona o envolvimento e a troca de experiência entre os artistas. Segundo os gravadores, atualmente, por exemplo, o grupo não tem condições de desenvolver a litografia, tanto pela impossibilidade da saída das pedras e da prensa litográfica do CIC, por problemas burocráticos, quanto pelo espaço exíguo que dispõe no local onde atua.

Esta exposição integra a programação da 2ª Semana Ousada de Artes UFSC—UDESC, que acontece de 21 a 26 de setembro. Veja mais sobre esse evento em www.semanaousada.ufsc.udesc.br.


SERVIÇO:

O QUÊ: Exposição do Grupo de Gravura Cidade de Florianópolis

QUANDO: Abertura: dia 15 de setembro de 2009, terça-feira, às 19 horas. Visitação: até 6 de outubro, de segunda a sexta-feira, das 8 às 20 horas.

ONDE: Hall da Reitoria da UFSC, campus universitário, Trindade, Florianópolis

QUANTO: Gratuito e aberto à comunidade.

CONTATO: DAC – Galeria de Arte da UFSC (48) 3721-9683


Fonte: [CW] e Sendy Cristina da Luz, Acadêmica de Jornalismo - Departamento Artístico Cultural - DAC: SECARTE: UFSC, com material institucional e fornecido pelo grupo.

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Texto do Grupo de Gravura Cidade de Florianópolis:

“O prazer de gravar nos uniu, seja na pedra, no metal ou na madeira.

Nas oficinas de gravura da FCC, no CIC, sob a batuta de Carlos Roberto N. de Oliveira – Bebeto, transformávamos nossos sonhos em imagens.

Em uma de nossas conversas, no segundo semestre de 2008, surgiu a idéia de montarmos um grupo, reunindo e expondo nossas produções que a cada dia se avolumavam mais. E também, surgia a chance de poder mostrá-las no Hall da Reitoria da UFSC em setembro de 2009. Desde então, todos têm se esmerado para dar o melhor de si nas gravuras. Mas eis que em maio deste ano fomos surpreendidos com o início das reformas no CIC e obrigados a sair das oficinas de gravura.

Continuamos então a produzir n’A CASA, um ateliê particular de artes plásticas, situada em uma travessa da Rua Lauro Linhares. Para imprimir as imagens, Bebeto nos emprestou sua prensa manual e também colocou à disposição seus conhecimentos como impressor.

A despeito dos contratempos, conseguimos manter a qualidade das gravuras e sempre mantendo a perspectiva de retorno às oficinas do CIC assim que possível. Lá existem mais condições de trabalho tanto pelos equipamentos, como pelo espaço que proporciona o envolvimento e troca de experiência entre os artistas.

Hoje, por exemplo, não temos condições de desenvolver a litografia pela impossibilidade da saída do CIC das pedras e da prensa litográfica por problemas burocráticos, seja pelo espaço exíguo que dispomos.

Encaramos este momento como passageiro e aproveitamos para refletir o quanto os ateliês livres proporcionam oportunidades de desenvolvimento do potencial de cada artista; e a presença do Bebeto tem se mostrado imprescindível no repasse das informações das diversas técnicas de gravura e na busca constante da qualidade das impressões.

A propósito o nome do grupo é Grupo de Gravura Cidade de Florianópolis, integrado pelos gravadores: Antônio Silva, Bebeto, Chico Marinho, Diego Rossi, Eduardo Beltrame, Elaine Maritsa, Elenice Berbigie, Gil, Helena Werner, Inácio José, Ivan de Sá, Julia Iguti, Ramon Rodrigues, Terezinha Dias, Yanina.”


Texto sobre os artistas do Grupo de Gravura Cidade de Florianópolis (por Jayro Schmidt*)

“Os artistas que integram o Grupo de Gravura Cidade de Florianópolis dispõem da mais completa estrutura para gravar, nas Oficinas de Arte, com a orientação técnica de Carlos Roberto Nascimento de Oliveira (Bebeto). E isso, em termos de coletividade, é incomum no cenário artístico nacional. Tais condições são efetivas graças à dedicação de obstinados gravadores desde o início da década de 1980, e que acreditaram que algo tão tradicional como a gravura, assim como a palavra escrita ou falada, pode ter o sabor do momento.

O critério para compor esta exposição foi reunir todos os gravadores que participam do citado grupo: os mais experientes - que aliam excelência técnica com linguagem pessoal, como Bebeto, Chico Marinho, Elaine Maritsa, Helena Wemer, Ramon Rodrigues, Gil Maulin e Júlia Iguti - como também os demais gravadores - Antonio C. Silva, Diego Rossi, Eduardo Beltrame, Elenice Berbigier, Inácio José, Ivan de Sá, Terezinha Dias e Yanina - que gradualmente descobrem os segredos dos materiais e dos instrumentos, as técnicas propriamente ditas, o que exige a espontânea relação de intuição e intelecto. De um modo geral, todos estes gravadores precisam domar o suporte para que possam emancipar a gravura do desenho e dar, assim, sentido a seus imaginários.

Bebeto, com pinceladas densas aproxima-se do gesto e experimenta a forma circular e angular, valendo-se da monotipia, técnica mais de acordo com o ato em si da expressão gráfica.

Chico Marinho, mestre da goiva, grava o devir-Iouco, absurdo, aliás do presente e seus paradoxos ao antepor mundos paralelos e antagônicos. O humano, em suas xilogravuras, é conflitante, catástrofico.

Elaine Maritsa conhece as sutilezas da xilogravura, extraindo do suporte variações de texturas que exprimem intimidade com as coisas singelas, silenciosas e serenas.

Helena Werner faz de sua sensibilidade refinada a expansão de imagens abstratas e orgânicas, experimentando-as nos mistérios da gravura em metal e na xilogravura.

Ramon Rodrigues, ilustrativo e narrativo, tem como princípio de expressão, na litografia, o homem e seus inconfessáveis desejos, daí seu interesse pelo ficcional.

Gil Maulin, na relatividade formal do tempo no espaço, estrutura um campo de forças visuais através da monotipia com forte acento pictórico e concreto.

Júlia Iguti, indagando sobre o humano e seus simulacros, encontra a imagem figural na riqueza imagística que se encontra nas fibras da madeira, o que deve ser visto como matéria expressiva da xilogravura.”

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(*) Jayro Schmidt é artista plástico, professor de pintura e de história da arte nas Oficinas de Arte do CIC, em Florianópolis – SC.