terça-feira, 26 de julho de 2011

Navalha na Carne, no Teatro da UFSC

O Teatro da UFSC recebe “Navalha na carne”, com grupo paulista em turnê por Santa Catarina.

A Cia. Quanta de Teatro, através do projeto “Navalha na carne”, propõe novos olhares sobre a obra do autor Plínio Marcos. Dia 31 de julho, domingo, às 20h., em única apresentação no Teatro da UFSC, ao lado da Igrejinha.

Há pouco mais de 10 anos, a companhia, que é de Rio Claro (São Paulo), mergulhou na obra de Plínio, levando para os palcos peças como “Madame Blavatsky” (03 prêmios de melhor espetáculo nos Festivais de Teatro de Amparo, Santa Bárbara d’Oeste e Americana, além de premiações por cenografia, figurinos, direção, atriz e iluminação), “Jesus-Homem” e “A Balada de um palhaço”, completando assim a Trilogia Subversiva de Plínio Marcos entre os anos de 1998 e 2002.

Durante sua trajetória, sempre impulsionada pelos ideais de liberdade de Bobo Plin e ocupada em objetivar genericamente o indivíduo no mundo através da arte, a pesquisa teatral proposta pela companhia baseia-se fundamentalmente no resgate do homem-humano atrelando, para isso, técnica e criação.

Nesse sentido, entende que “Navalha na carne”, mesmo tida como inspiração para inúmeras montagens desde sua estreia em 1967, no Teatro Maria Della Costa em São Paulo, continua sendo dinamizadora de potências criativas no contexto histórico e teatral em que vivemos na atualidade, uma vez que as relações de dominação do homem sobre o homem ainda não foram superadas, nem tampouco, extintas.

Esta produção de “Navalha na carne” teve a sua estreia há duas semanas na cidade de Rio Claro (SP), sede do grupo, donde seguiu para a capital paulista em apresentação no Teatro Plínio Marcos. De São Paulo, o grupo veio para Santa Catarina iniciando a turnê estadual por Criciúma (28/07) e Joinville (29/07). A apresentação no Teatro da UFSC encerra a turnê catarinense do grupo, que depois segue viagem para uma série de apresentações por cidades do interior de São Paulo. A vinda a Santa Catarina deveu-se à ponte criada com o músico e produtor cultural paulista, Bruno Padoveze, há cerca de um ano morando em Florianópolis.

SINOPSE DA PEÇA:

“Navalha na carne” apresenta como personagens Neusa Sueli, uma prostituta; Vado, o cafetão e Veludo, um homossexual, empregado da pensão em que vivem Neusa e Vado.

O texto, através de 63 menções a nomes de animais como vaca, viado, cachorro, porco, galinha etc. não deixa dúvida quanto à condição sub-humana a que estão submetidas as três personagens, pois é dessa forma a que se referem uns aos outros.

A trama inicia na chegada de Neusa Sueli depois de mais uma noite de trabalho e Vado, de forma agressiva, a obriga responder sobre o paradeiro do dinheiro que costumeiramente encontra sobre o criado-mudo do quarto da pensão onde moram. Imediatamente, Neusa desconfia do funcionário da pensão, o Veludo. Este por sua vez, tenta, inutilmente, se livrar da situação e num ato impensado e vingativo, antes de se retirar do recinto, atira à face de Neusa Sueli a ofensa: “galinha velha!”.

Palavras estas que farão das próximas cenas uma sequência ininterrupta de humilhações e sadismos, revelando as mazelas do ser humano “animalizado” conduzindo-o ao mais constrangedor estado de degradação.

OBJETIVO

Além de apresentar a peça em espaços diversos, não somente em teatros e casas de espetáculo propriamente, abrir o debate entre público e artista, entre os Bobos Plins ou não do mundo, aos que estão na peleja pelas “quebradas do mundaréu”, no intuito de inspirar a coragem no enfrentamento do cotidiano, no correr o risco pelo anseio de novos dias e na satisfação de fazer cada qual a sua própria alma.

FICHA TÉCNICA:

Texto: Navalha na carne

Autor: Plínio Marcos

Sonoplastia: Alyne Arins

Iluminação: Jefferson Primo

Cenografia: Alyne Arins e Cláudio Lopes

Elenco: Alyne Arins (Neusa Sueli) / Cláudio Lopes (Vado) / João de Lima Neto (Veludo)

Produção executiva: Renata Laili

Direção geral: Jefferson Primo

SOBRE A CIA. QUANTA DE TEATRO

A história da Cia. Quanta de Teatro tem seu surgimento marcado por um misto de três elementos: arte, amizade e visão de mundo. Em 1997, o ator e diretor Jefferson Primo, divulga através da Secretaria Municipal de Cultura de Rio Claro (SP), um Curso Introdutório de Teatro para jovens e adultos. O curso foi finalizado com a montagem da peça “Madame Blavatsky” de Plínio Marcos, vencedora de nove prêmios incluindo a categoria “melhor espetáculo” em festivais pelo estado de São Paulo.

Em 2004, a companhia torna-se Associação Cultural, e em 2005, entidade de Utilidade Pública pelo município de Rio Claro. O grupo continua sendo premiado em diversas categorias com montagens inesquecíveis como o monólogo “Brain Storm” de Clarice Lispector e a comédia “O Santo e a Porca” de Ariano Suassuna.

Atualmente, a Cia. Quanta de Teatro tem seu núcleo composto pelos atores e arte-educadores Alyne Arins, Cláudio Lopes e João de Lima Neto, tendo suas peças e demais atividades coordenados por Jefferson Primo, desenvolvendo também projetos cinematográficos.

Desde sua fundação em 1997, dedica-se à formação de atores e à realização de projetos na área de arte-educação em bairros periféricos do município. Em parceria com as Secretarias de Ação Social e Cultura e com base nos estudos do Teatro do Oprimido de Augusto Boal, atendeu cerca de 400 crianças por ano, nos Centros Comunitários e Centros Municipais de Convivência, com aulas de teatro, dança de rua, capoeira e rádio e TV.

A companhia também atende com aulas de teatro e montagens de peças as reeducandas do Centro de Ressocialização Feminino, o grupo da Melhor Idade em parceria com a Casa Dia do Idoso, os usuários do CAPS III “18 de maio” em parceria com a Fundação Municipal de Saúde, atuando intensamente em ações da luta antimanicomial apresentando seus trabalhos em Fóruns, Conferências de Saúde e eventos universitários.

Embora a Cia. Quanta de Teatro tenha dedicado boa parte de seus esforços para o desenvolvimento de projetos sócio-culturais, seu objetivo fundamental prima pela formação do artista, especificamente do ator como agente transformador da realidade que, emprestando o conceito de Boal, deve, portanto, ser um multiplicador de ações voltadas para a dinâmica social, onde ele pode e deve atuar artisticamente em favor da propagação, difusão e formação cultural do maior número de pessoas a seu alcance, sobretudo àqueles que, devido à condição social, mantém-se apartados do acesso a bens culturais de qualidade.


O Teatro da UFSC faz parte do Departamento Artístico Cultural (DAC), da Secretaria de Cultura e Arte (SeCArte), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).


SERVIÇO:

O QUÊ: Apresentação teatral de “Navalha na carne” com a Cia. Quanta de Teatro, de Rio Claro (SP)

ONDE: Teatro da UFSC, ao lado da Igrejinha, Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis-SC.

QUANDO: Dia 31 de julho de 2011, domingo, às 20 horas (única apresentação)

QUANTO: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)

CONTATO: Bruno Padoveze (48) 8822-8337 - brunopadoveze2@gmail.com
Visite:
Cia Quanta na WEB: www.ciaquanta.blogspot.com


Fonte: [CW] e Patrícia Siqueira – Assessoria de Imprensa do Departamento Artístico Cultural/DAC: SECARTE: UFSC, com texto e fotos da equipe de produção.